Caminhos do Lixo

Estação de Transbordo é a peça-chave da coleta em Pelotas

Estrutura é essencial para acolher as 350 toneladas de resíduos geradas diariamente na cidade

Trezentas e cinquenta toneladas. Esta é a média de resíduos sólidos urbanos gerados diariamente pela população de Pelotas. O que começa dentro de cada residência não termina no momento em que os coletores fazem o seu recolhimento. Este é apenas o início de um grande sistema de destinação final do lixo na cidade, cuja peça fundamental é a Estação de Transbordo de Pelotas (ETP), responsável por receber diariamente todos estes resíduos.

Inaugurada em junho de 2012 pelo Sanep, em um terreno de cinco hectares e 1,2 mil m² de área construída na zona norte do município, a estação funciona 24 horas por dia e possui circuitos de segurança operacional e ambiental, afinal, tudo que é feito no local é em grande escala e proporção. Exemplo disso é a sua capacidade diária de operação: 500 toneladas. O roteiro começa pelo sistema de recepção, cujo fluxo corresponde à entrada de 70 caminhões por dia. Depois, vem a pesagem, a descarga em plataforma superior, o carregamento dos veículos de transporte, o enlonamento do compartimento de carga dos caminhões e o processo de expedição. 

O caminho percorrido pelo lixo dentro do local é organizado de forma que os resíduos fiquem poucas horas ali, até serem encaminhados ao seu próximo destino: o Aterro Sanitário Metade Sul, em Candiota, a 150 quilômetros de Pelotas.

Modelo para outras cidades

A complexidade de cada etapa exige maquinário e operações específicas, como análise de águas subterrâneas através de piezômetros (equipamento que mede pressões estáticas e compressibilidade dos líquidos), coleta de chorume, plataformas impermeabilizadas, balança rodoviária digital, com capacidade de pesagem de até cem toneladas, e rastreamento de veículos via GPS. Toda a estrutura e cuidado diário, há quase oito anos, fez com que o transbordo de Pelotas se tornasse referência em sua área de atuação, conta o coordenador do Departamento de Resíduos Sólidos do Sanep, Edson Plá Monterosso. “A estação é frequentemente visitada por outras prefeituras do estado e do país e sempre vira motivo de reconhecimento por todos que a conhecem. Temos muito orgulho disso”, afirma.

Para manter todo o sistema de destinação final, que inclui o trabalho na ETP, o transporte dos resíduos para Candiota e a sua disposição final na cidade da região da Campanha, o Sanep investe aproximadamente R$ 750 mil por mês, cerca de R$ 9 milhões por ano.

Licenciada pela Fepam, (órgão responsável pelo licenciamento ambiental do governo estadual), a estação também recebe lixo sólido urbano, como varrição e lixões. O que não acontece com resíduos da construção civil, das indústrias e dos serviços de saúde, que não chegam ao transbordo.

Trabalho em época de pandemia

Diariamente, os 33 funcionários que atuam no transbordo, oito do Sanep e 25 da Meioeste Ambiental (empresa contratada por processo licitatório, em 2018), têm suas temperaturas verificadas, evitando que ingressem no transbordo com febre, um dos sintomas da Covid-19. Além dos equipamentos de proteção individual disponibilizados às equipes, a limpeza e desinfecção do local foi intensificada depois do início da pandemia. O coordenador do departamento salienta que a plataforma de descarga precisa estar vazia e limpa, com produtos específicos, após cada jornada de trabalho.

Conheça o caminho dos resíduos dentro do transbordo

1. Chegada, pesagem e descarregamento
Todos os caminhões que chegam são identificados através da placa, horário, empresa, motorista e tipo de resíduo que transportam. Depois da pesagem, os veículos descarregam em uma plataforma superior, impermeabilizada, com capacidade para o descarregamento de dois caminhões ao mesmo tempo. Ela também possui calhas nas extremidades que servem como dispositivos de segurança na possível presença de chorume. O líquido gerado neste processo é levado até um reservatório, de onde é retirado e transportado à estação de tratamento de efluentes, em Candiota.

2. Carregamento dos veículos
Nesta etapa, os resíduos dispostos na plataforma são carregados por retroescavadeiras até os 12 veículos de transporte, caminhões com maior capacidade de carga, que vão levá-los até o aterro de Candiota.

3. Enlonamento
Apesar de aparentar ser uma fase simples do processo, a tarefa obrigatória de cobrir os veículos com lona ou tela é arriscada e demanda bastante cuidado. Para isso, a estação de Pelotas construiu uma estrutura denominada de linha vida, dispositivo de segurança presente em poucos transbordos. Com ele, o funcionário realiza a atividade preso a diversos cabos que possibilitam a execução da atividade com total segurança.

4.Expedição
A última etapa consiste no sistema de expedição, onde os veículos de transporte são novamente pesados. Depois de emitidos os tickets de controle e pesagens, e iniciada a viagem rumo a Candiota, inicia-se o monitoramento de todos os caminhões, via GPS.

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